O Vice-presidente do Instituto Cultural (IC), Chan Peng Fai, Administradora do Conselho de Administração do Fundo das Indústrias Culturais (FIC), Dra. Davina Chu e Sra. Ng Wai Kuan e Sra. Ian Nga Leng das indústrias culturais locais foram convidados para entrevista no programa “Forum de Macau” na Rádio Macau, para explorar o desenvolvimento das indústrias culturais e criativas de Macau.
Cadeia da indústria cultural em prol de desenvolvimento
Dr. Chan Peng Fai utilizou os dados das estatísticas das indústrias culturais, fornecidas pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, para apresentar a actual situação de desenvolvimento das indústrias culturais de Macau. Segundo as estatísticas do ano de 2015, existe no total 1 708 empresas destas indústrias, contando com 10 192 trabalhadores efectivos. A receita dos serviços prestados no ano de 2015 atingiu os 6,24 bilhões de patacas, com destaque nas empresas da área da mídia digital cujo desenvolvimento tem sido melhor, tendo como lucro 2,92 bilhões em serviços prestados, ocupando 47% da totalidade, seguindo-se pela área do design criativo, ocupando 29%.
Dr. Chan Peng Fai acredita que as indústrias culturais de Macau tem progredido a passo firme, e entre os projectos culturais e criativos, a destacar os da indústria cinematográfica, tais como a criação de uma cadeia industrial para a exploração derivado dos projectos de cooperação além-fronteiras. Ele revelou que, na rodagem de um filme em Macau, foi necessário a participação de actores e pessoal de equipas de filmagem locais; maquilhadores, músicos e designers de moda locais têm vindo a participar nos trabalhos da maquilhagem, música principal e banda sonora do filme, design de imagens, vestuário, entre outras, formando-se uma cadeia industrial transsectorial. Nos últimos anos, filmes localmente produzidos são exibidos em Macau e no exterior. Para além disso, equipas de produção cinematográfica locais estão dotados de formação e experiência. O IC pretende organizar a participação dos sectores profissionais em festivais de cinema do exterior, ajudando-lhes a explorar o mercado, proporcionando oportunidade de ir apresentar os serviços fornecidos pelas companhias de produção de Macau, de contactar com investidores, procurando cooperação e oportunidades de negócio. Em relação ao “Programa de Apoio à Produção Cinematográfica de Longas Metragens” do IC, para além de fornecer recursos, oferece a orientação profissional dos membros do júri, no sentido de instruírem a execução do projecto de cinema, prestando auxílio na elevação do nível de produção e as estratégias de criação e marketing.
A actual situação de prestação de apoio financeiro do FIC
Dra. Davina Chu falou sobre os procedimentos da candidatura a apoio financeiro e da aprovação do FIC. Desde o ano de 2014 até Março do ano corrente, o FIC recebeu mais de 400 projectos candidatos e concedeu apoio financeiro a 100 projectos, com destaque nas áreas de design criativo e mídia digital, sendo o valor total de financiamento cerca de 200 milhões de patacas, induziu o investimento no valor de 1 bilhão de patacas, tendo criado cerca de 1 500 postos de emprego. Ela referiu ainda que, as empresas candidatas são geralmente formadas por equipas de jovens, com 5 a 10 pessoas e apesar de serem pequenas as empresas, os projectos possuem grande diversidade e dinâmica.
A prestação de apoio financeiro do FIC está assente no princípio de que é um complemento aos investimentos das próprias empresas. Tomando o exemplo da modalidade de apoio financeiro de pagamento de projectos, o limite de apoio é 30%, isso significa que a empresa precisa de assumir 70% do valor de investimento. A taxa de aprovação dos projectos candidatos tem vindo a aumentar desde o ano passado , e das 22 candidaturas de 2017, 19 foram aprovadas. Ao avaliar os projectos, Dra. Davina Chu salientou que, o FIC verifica a operacionalidade do projecto, aconselhando a empresa a definir a direcção do desenvolvimento, facilitando o desenvolvimento de longo prazo do projecto. A respectiva taxa de aprovação demonstra que as empresas têm ponderado, de modo relativamente eficiente, sobre os planos comerciais e marketing; mesmo as empresas que falharam na primeira candidatura, aprenderam com os erros e voltaram a apresentar nova candidatura após o aperfeiçoamento do seu plano de projecto, sendo aprovadas. Após a aprovação dos projectos, aplica-se o sistema de fiscalização que serve, por um lado, verificar se os fundos públicos foram aplicados de modo racional; e por outro lado, tomar conhecimento, a partir dos relatórios de fiscalização apresentados, sobre as eventuais dificuldades no funcionamento e as eficiências de mercado.
Dra. Davina Chu afirmou que, através dos relatórios entregues pelas empresas nota-se o esforço para o desenvolvimento, e ainda a cooperação transsectorial para uma evolução conjunta.
Desenvolvimento do sector industrial e dificuldades que se enfrentam
A Diretora Executiva do Centro dos Serviços Integrados Culturais e Criativos de Macau Ltd., Sra. Ng Wai Kuan adiantou que as empresas médias, pequenas e micros de Macau enfrentam várias dificuldades em relação a recursos humanos e renda, por isso esperam juntar personalidades das indústrias culturais no sentido de reduzir os custos de exploração, criar e divulgar as marcas de produtos. Sra. Ng Wai Kuan salienta que se deve, em primeiro lugar, apurar os clientes destinatários para proceder ao design de produtos com especificidade, e, aplicar forma de divulgação apropriada. A plataforma de serviços irá realizar, periodicamente, actividades e levar as personalidades do sector a participar em feiras e exposições em Macau, no Interior da China e no exterior, promovendo os produtos. Os produtos criativos devem não só conter elementos de Macau, como também, estar associadas com a vida quotidiana e design, tornando a vida mais bela através da cultura; esses produtos serão considerados bons produtos criativos.
Segundo Sra. Ian Nga Leng, exploradora de marca de artigos de couro originais, costuma produzir os seus artigos em quantidade limitada, o que dificulta a procura de fábricas no Interior da China para a produção; a taxa de perda de recursos humanos é alta, e a renda cara são os vários obstáculos que enfrenta. Partilhou a sua experiência de empreendedorismo, a primeira tentativa de venda online foi muito bem aplaudida, e irá continuar a aproveitar a internet para divulgar e promover, para expandir a venda dos os produtos em Hong Kong e nas outras regiões da Ásia. Explicou que, ao conceber os produtos, tem em mente a introdução de elementos de Macau. No futuro, diversificará os produtos ao lançar produtos com elemento turístico mais forte, com o objectivo de reivindicar a sua própria marca, aumentar o reconhecimento do nome da marca, e não somente ser afamado pela criação de um ou dois produtos.
Um ouvinte do programa que trabalha no âmbito das indústrias culturais reflectiu das dificuldades em angariar fundo e pagar renda, às quais Dra. Davina Chu explicou que, na candidatura ao apoio financeiro as despesas destinadas à renda, obras de decoração, plano de divulgação e materiais de produção, entre outras, são abrangidas no âmbito de apoio financeiro. Dr. Chan Peng Fai adicionou que, nos últimos anos, o IC tem-se dedicado ao lançamento de concurso público para ao aproveitamento de espaços livres e à vitalização de edifícios antigos destinados aos profissionais do sector, por exemplo: o projecto Anim’ Arte NAM VAN, procurando resolver os problemas da indústria.
Os ouvintes do programa preocupam-se, ainda, com a dificuldade do pagamento das vendas online devido ao montante reduzido das transacções das pequenas e micros empresas, os bancos recusam em fornecer o serviço; se recorrer a outros meios de pagamento, como plataformas de pagamento do Interior da China ou do exterior, implicará a questão da taxa de câmbio. Outro ouvinte manisfestou a necessidade de acrescentar pontos de venda de produtos culturais e criativos. A Sra. Ian Nga Leng também mencionou o problema de pagamento online, desejando ainda que o governo venha a reforçar a divulgação. Dr. Chan Peng Fai salientou que, operar plataforma de comércio electrónico faz parte dos projectos comerciais nas indústrias cultuais. De facto existe empresas que conseguiram aceder ao serviço de pagamento online e visa em realizar uma sessão de convívio para troca de informações e experiências entre os profissionais do sector.