Estórias de empresas das indústrias culturais

A estética na vida quotidiana criada pela mobília

A empresa “W.H. Mobílias Limitada”, com dez anos de funcionamento em Macau, vende, principalmente, mobílias de pau-rosa, de estilo chinês. Nos últimos anos, tem vindo a explorar mobília de estilos “integrados”, juntando o elemento contemporâneo ao antigo, chinês ao ocidental, moderno ao clássico.

Por exemplo, a combinação do sofá inglês com biombo chinês, a pintura cadeirões tradicionais de pau-rosa chinês com tinta branca, atribuindo-lhes uma sensação de modernidade, demonstrando a charme de design na “integração” de elementos e estilos variáveis.

A responsável da empresa, Kelly Sou, explicou que a decisão de vender mobílias de design visa proporcionar aos consumidores mobílias com características singulares e de estética como opção, pelo que estas não devem ser classificadas como determinado estilo convencionalmente reconhecido, apenas pelas características encontradas, mas devem ser consideradas, duma formal geral, como nova sensação com diversos elementos combinados.

A mobília da empresa é basicamente feita de madeira, sob a concepção da segunda criação. Por exemplo, um biombo de estilo convencional pode ser pintado de novo com tinta de cor escura baça ou dourada, acrescentado rodas no topo e na base, fazendo com que o biombo se sirva como divisor de espaços móveis, transformando uma mobília antiquada numa mobília pragmática de design caracterizado e singular.

Kelly Sou acrescentou ainda que a empresa tenta adicionar ao design o conceito ambiental, utilizando não só madeira reciclada, mas também reciclando mobílias de madeira de qualidade, reutilizando a matéria-prima. Defende que os recursos para a produção de mobília estão reduzidos e a reutilização da madeira contribui para a preservação do ambiente, assim como o consumidor poderá encontrar mobílias feitas com madeira de qualidade.

De momento, a empresa“W.H. Mobílias Limitada” produz mobília por encomenda. Os seus clientes, principalmente da classe média, costumam encomendar o conjunto de mobília para a casa, solicitando ainda, o serviço de design de interiores, uniformizando o estilo geral da casa. Por isso, a empresa acrescentou o serviço de design de interiores para os clientes de longa data. Como a empresa conseguiu assegurar um grupo de clientes de classe média que procuram mobília personalizada, por isso, não precisa de produzir em quantidade para um determinado projecto de design, preservando assim a singularidade do produto.

Kelly Sou adiantou que, o desenvolvimento da empresa tem sido limitado devido ao mercado de pequena dimensão de Macau. No início, a empresa fazia muitos projectos diferentes, posteriormente, optou por desenvolver os projectos com maior potencialidade. Actualmente, a empresa dedica-se no desenvolvimento no mercado existente, podendo considerar a exploração de novos mercados quando o desenvolvimento for estável. O mercado online é, efectivamente, muito potencial. Mas, para ser reconhecido neste mercado, é preciso ter coordenação com serviços como logística. De momento, a empresa enfrenta dificuldades como a falta de recursos humanos e o aumento de renda e de remunerações, especialmente, a falta de mestre para produção de mobília de madeira antiga. Por isso, a empresa apenas pode fazer os possíveis para produzir mobília de qualidade e com características. Acredita que, desde que ganhe fama e tenha produtos de excelente qualidade, mesmo perante o problema da contrafacção de mobílias no interior da China, poderá contar com o apoio dos consumidores que sabem apreciar bons produtos.

Considera ainda que, os produtos culturais e criativos diferenciam-se da criação cultural. Os produtos culturais e criativos têm a ver com a compra e venda, trata-se de um negócio e vai para além do nível artístico. Por isso, para além de produtos criativos, deve-se, ainda, atender a outros factores. Kelly Sou tem planos de organizar cursos de formação, com o objectivo de divulgar o design e a produção de mobília.

Para Kelly Sou, o apoio do Fundo das Indústrias Culturais (FIC) às empresas é de facto uma grande ajuda. Elas enfrentam vários problemas no início das suas actividades, tais como na área administrativa ou de contabilidade, e espera contar com o FIC em mais apoios nestes aspectos, assim como na deslocação ao exterior para a participação em feiras de exposições profissionais, ajudando as empresas a encontrarem mais oportunidades de exploração no mercado.